segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DEXTER


Acabei de assistir o úlltimo capítulo da sexta temporada do Dexter. Comecei a acompanhar a série em meados de 2009, e desde então não consegui mais parar. Hoje, mais uma vez, foi um show no encerramento a sexta temporada. Com certeza é díficil manter a qualidade depois de 6 temporadas, mas os responsáveis por essa série estão se superando e mais uma vez deixam o telespectador contando os dias para a próxima temporada. Para aqueles que nunca assistiram recomendo apenas fazendo uma ressalva, lembre-se que a partir do momento em que você assistir o primeiro episódio não vai mais conseguir parar. Grande Dexter....

CARA FEIA e JOGO DURO!!


No último domingo, dia 18 de dezembro, o Santos FC jogou contra o Barcelona pela decisão do mundial de clubes da FIFA na cidade de Yokohama no Japão. O time espanhol venceu por 4x0, em um jogo em que teve 75% de posse de bola, e imprimiu o estilo de jogo que até então tem se provado absoluto e colocado o Barcelona, de forma inquestionável, como melhor time de futebol em atividade na atualidade. Acredito que se os dois times tivessem jogado 10 vezes, em pelo menos 9 o Barcelona teria ganho do time brasileiro. A qualidade individual dos jogadores do Barcelona e, o que considero fundamental, o jogo coletivo do time espanhol fazem do mesmo um fenômeno mundial. Toda a mídia esportiva mundial e também profissionais do mundo do futebol tem classificado esse Barcelona como um marco de uma nova era do futebol, onde dogmas de sistemas táticos estáticos se quebram para dar lugar a um sistema mais dinâmico. Essa nova proposta aposta na presença dos melhores jogadores em campo, sendo que os mesmos flutuam em diversas posições do campo, assumindo diferentes funções táticas dependendo do momento do jogo. Tal forma de jogo só se mostra possível pelo grande entrozamento da equipe e obviamente pela extrema qualidade técnida dos jogadores que o time espanhol tem a disposição. Muitos afirmam que o atual momento do Barcelona é reflexo de um projeto que tem quase 30 anos, em que uma filosofia de futebol tem se aplicado em todos os níveis do clube, incluindo a formaçào de jogadores de base e pelo profissionalismo da diretoria do clube. Jogadores como Messi, Xavi, Iniesta e Puyol estão no Barcelona desde de jovens e por isso expostos a essa filosofia de trabalho, e de pensar futebol, desde cedo também. Além disso, o profissionalismo da diretoria permite que esses talentos possam ser garimpados pelo mundo ainda novos, e garantem, por exemplo, estabilidade para que a comissão técnica possa trabalhar e aperfeiçoar esses meninos para que eles possam maximizar o talento que já trazem de berço. Tal estrutura se prova importante quando analizamos, por exemplo, o caso do argentino Messi. É desnecessário afimar a qualidade desse jogador e o fato dele ser o melhor jogador do mundo na atualidade (por mais brasileiro que eu seja, tenho que admitir que a Argentina possui o melhor jogador do mundo). No entanto, se analizarmos o desempenho de Messi quando joga pela seleção nacional na Argentina, é clara a diferença de rendimento desse atleta. Ainda que seja indiscutível seu talento individual, o seu rendimento, no nível que estamos acostumados a ver, só é possível quando acompanhado de um coletivo de qualidade. Quando digo qualidade, não me refiro simplesmente é jogadores de qualidade, uma vez que acredito que seleção Argentina tenha jogadores de qualidade, mas não um padrão coletivo de qualidade. O contraponto para essa situação é o fato de grande parte do time do Barcelona ser a base para a seleção da Espanha, atual campeã mundial de futebol, indicando que a qualidade técnica associada a fundamental filosofia de jogo coletivo técnico é o segredo do sucesso dessa proposta de jogo assumida pelo Barcelona.
Escrevi esse longo parágrafo para demonstrar toda a admiração que tenho pelo futebol do Barcelona, e reforçar o fato que reconheço toda a superiodade do time espanhol, não só em relação ao time brasileiro, mas a qualquer outro no mundo. No entanto, tenho que afirmar que fiquei extremamente desapontado com a performance do time do peixe no último domingo. Não cabe descrever aqui todas as diferenças estruturais, de filosofia e de realidade de futebol (Brasil vs Espanha) entre Santos e Barcelona, ainda que as mesmas tenham influenciado diretamente no resultado do jogo, essas diferenças são óbvias. Vou, no entanto, me concentrar em um ponto que me chamou atenção no jogo de domingo, a apatia do time do Santos FC. A minha impressão pessoal foi a de que o time do Santos não queria vencer o jogo, os jogadores não pareciam estar jogando o que deveria, ao menos teoricamente, ser o jogo mais importante das suas carreiras. Independente do erro do técnico Muricy Ramalho em deixar Elano no banco, o time parecia estar jogando um amistoso, tirando o pé nas divididas e sempre pendindo mil desculpas cada vez que cometia falta sobre os jogadores do time catalão. Não estou fazendo apologia ao jogo violento ou contra o fair play, mas a verdade é que o jogo valia título, e da onde eu venho isso significa cara feia e jogo duro. Toda a badalação do time do Barcelona talvez tenha gerado um respeito excessivo por parte dos jogadores do Santos. Esse componente psicológico, de admiração e respeito pelo Barcelona, ao invés de servir de motivação para os jogadores (a oportunidade única de ganhar do melhor time do mundo e entrar literalmente na história como o time que venceu os melhores do mundo) acabou agindo de forma contrária, em que a derrota era o resultado mais óbvio e a justificativa simples, "perdemos, mas perdemos para os melhores do mundo". Como brasileiro vivendo em terras estrangeiras, estava feliz com o fato do Santos estar representando o brasil no mundial de clubes, umas vez que os santistas apresentaram um primeiro semestre de alta qualidade, com um futebol extramamente ofensivo e efetivo (característa do futebol brasileiro penta campeão mundial). No entanto, acabei o jogo um pouco envergonhado pela falta de aplicação do time santista e do acachapante resultado de 4x0.   
Dito isso, dou os parabéns ao Barcelona, que sem dúvida nenhuma merece o título que conquistou e além disso também merece todos os elogios que vem recebendo pelo mundo. É uma honra ser testemunha dessa revolução na forma de jogar futebol protagonizada pelo time catalão. Mesmo assim tenho que admitir que, no últimos tempos, torci contra o Barcelona (fato que ocorreu no último clássico contra o Real Madrid). Acredito que nenhuma forma de monopólio seja positiva, inclusive o monopólio sobre o bom futebol, e espero ansiosamente um time surgir com uma porposta ainda mais eficaz que a do time espanhol, permitindo assim que esse esporte se torne cada vez mais apaixonante.